Afundamento do solo em Maceió pode durar até 10 anos; entenda a formação dos bairros fantasmas
São 55 mil pessoas afetadas desde o tremor de terra em 2018 até a desocupação de imóveis nos bairros Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e em parte do Farol. Área não deve voltar a ser habitada no futuro.
Mais de 14 mil imóveis condenados em cinco bairros de Maceió: Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol. Após décadas de mineração, parte da capital alagoana passa por um lento processo de afundamento do solo que abre rachaduras em ruas, prédios e casas, obrigando cerca de 55 mil pessoas a abandonarem suas residências e seus negócios.
A tragédia urbana em curso transforma áreas inteiras em bairros fantasmas, um problema que ainda está longe do fim, já que o solo continua afundando lentamente. "10 anos é o tempo médio necessário à estabilização. Poderá ser mais ou um pouco menos", avalia o pesquisador e especialista em geotécnica e geologia, Abel Galindo Marques.
As primeiras rachaduras surgiram no bairro do Pinheiro, após fortes chuvas em fevereiro de 2018. Ainda eram poucas, mas elas aumentaram quando um tremor de terra foi sentido em diversos bairros duas semanas depois, no dia 3 de março do mesmo ano. Era o início de um vasto trabalho de investigação e de um drama para milhares de famílias.